domingo, 5 de abril de 2009

Comunicação Científica e Reflexibilidade


No dia 23 de março estive em Lyon –França, na platéia do Ciclo de Conferências « Communication, Science, Culture et Société", promovido pela Escola Nacional Superior (ENS) cujo temática lança as questões: Divulgação científica: uma moda? uma necessidade ? uma ilusão?

O palestrante do mês foi o sociólogo Bauduin Jurdant, professor em Ciência da Informação e da Comunicação, Université Paris Diderot, que abordou o tema Comunication Scientifique et Reflexivité.

A réflexivité é uma démarche metodológica em sociologia que consiste em aplicar as ferramentas de análise sociológica em seu próprio trabalho ou em sua própria reflexão sociológica.
Porque vulgarizar a ciência? Para Jourdan a importância da divulgação (vulgarisation scientifique) é para que pela reflexão os pesquisadores possam melhor compreender o trabalho que fazem. Outra característica da reflexibilidade é a divulgação cientifica através da linguagem oral, a partilha do saber.

A França é um país de forte tradição nos estudos de interpretação e reflexão de textos. A teoria da Análise do Discurso da Escola Francesa nasceu nos anos 60 da conjunção entre a lingüística o marxismo e a psicanálise. A divulgação cientifica “oralisa” o discurso e introduz uma dimensão reflexiva que é inerente ao uso da palavra.
Na execução do projeto
Com.Ciência-Florestal ensaiamos várias formas de construção do discurso científico, seja por pesquisadores, seja por jornalistas e acadêmicos de comunicação.
A análise desses discursos é o que nos propomos a desenvolver em nosso trabalho de conclusão de curso, levando em consideração que no monitoramento das ações do projeto, em reunião com a equipe, pode-se observar a permanência, em nível interno, do “cenário de conflitos”
[1] observado na relação imprensa e cientistas, na divulgação jornalística da ciência. Portanto, há que se reforçar o empreendimento de iniciativas que estimulem o pesquisador a valorizar e descobrir o potencial de suas pesquisas como produto de “venda” para a sociedade.

[1] SOARES, Maria Suzana. Jornalistas e pesquisadores: aliados ou inimigos? 169 Biológico, São Paulo, v.64, n.2, p.169-170, jul./dez., 2002.

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