domingo, 26 de abril de 2009

CIÊNCIA CANTADA:

As abordagens sobre o uso de música na educação são bastantes variadas. O Resumo que apresentamos abaixo é uma linha de pesquisa que se aproxima um pouco da abordagem que pretendemos fazer a respeito do uso de músicas amazônicas na educação ambiental e popularização da ciência.

UM MEIO DE POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA E UM RECURSO DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO EDUCACIONAL
Adriane Dall´Acqua De Oliveira et al
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Ponta Grossa, PR
RESUMO:
A música como recurso didático pedagógico é uma linguagem alternativa moderna e lúdica para o ensino de ciências e biologia entre tantas outras. O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de utilização de duas músicas populares como recurso didático para particular diferentes saberes com temas ambientais. A análise das letras das músicas “A Serra”, da Plebe Rude, e “Passaredo”, de Chico Buarque e Francis Hime, permitiu ao aluno uma reflexão sobre questões de desequilíbrio ambiental, aspectos sobre nomenclatura regional e terminologia científica, aspectos históricos, sociais e de legislação ambiental, causas e conseqüências. Este exercício, bem orientado, ultrapassa a simples tarefa de analisar o conteúdo da palavra, permite que o estudante estabeleça correlações, ampliando seus conhecimentos gerais e culturais, fortalecendo seu espírito crítico.

PALAVRAS-CHAVE: Música e ciência, material didático, popularização da ciência
O Trabalho completo pode ser lido AQUI!

sábado, 25 de abril de 2009

Educomunicação

Uso da música 'MATANÇA" (Jatobá) em Oficina com assentados
Meu retorno para a linha da comunicação veio de novas experiências de trabalho com o uso de música em atividades de sensibilização para a gestão ambiental, dentro de uma proposta maior de formatação de uma metodologia de fortalecimento da organização comunitária por meio de Grupos Comunitários de Estudo (GCE). As observações sobre as interrelações entre educação e comunicação através de linguagem audiovisual no trabalho com GCEs em comunidades ribeirinhas e assentamentos em Rondônia, procuramos exercitar a teoria dialógica de Paulo Freire, baseada em “colaboração, união, organização e síntese cultural" pela criação e,ou adaptação de dinâmicas motivadoras da participação dos membros do grupo, incluindo o uso de música, como base para a discussão e reflexão sobre questões ambientais.

Estas iniciativas se inserem no campo da Educomunicação, cujo conceito, inicialmente tratado como educação para os meios, já avançou para outras concepções. Tomando a idéia proveniente da busca de uma relação equilibrada entre o homem e a natureza, Ismar Soares entende ser necessária a criação de "ecossistemas comunicativos" nos espaços educativos, que cuidem da saúde e do bom fluxo das relações entre as pessoas e os grupos humanos, bem como do acesso de todos ao uso adequado das tecnologias da informação, e neste caso, recomenda “ ... implementar as práticas da Educomunicação a partir da introdução da linguagem audiovisual na educação”.




É nesse contexto que se insere nossa proposta de experimentar fórmulas audiovisuais alternativas que buscam superar as práticas costumeiras de uso de imagens e sons educativos, criando dinâmicas adaptadas à realidade local, utilizando música como auxiliar em atividades de sensibilização para as questões ambientais

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Problema do Problema de Pesquisa


Frequentemente, a formulação de um problema é mais essencial que sua solução (Einstein e Infeld, apud Selltiz et. Al, 1965).

Mesmo trabalhando há mais de 10 anos com pesquisa , o momento da delimitar e formular um problema de pesquisa, ainda me é difícil.
No
. curso de especialização em Jornalismo Cientifico (UniVap Virtual) . um dos textos da disciplina de Metodologia de Pesquisa trouxe a citação acima que ilustra a importância que a formulação de um problema tem em uma pesquisa.

Quando fiz a disciplina no Mestrado, a turma (10 alunos) se reunia para ouvir a apresentação da proposta do colega e discuti-la. Era até engraçado, quando um chegava certo de que já tinha conseguido formular o seu problema de pesquisa, e era “aniquilado” pela saraivada de perguntas cujas respostas demonstravam que o aluno ainda não tinha chegado na formulação do problema.

Eu mesma cheguei na UFV com um projeto pra trabalhar na linha da comunicação e acabei migrando para a sociologia rural com uma Tese sobre a reprodução social dos agricultores familiares migrantes. Mesmo assim não deixei de lado a coleta de dados sobre aspectos comunicacionais da população estudada.

As fontes para a identificação problemas de pesquisa são múltiplas. O problema pode surgir de experiências pessoais dos pesquisadores no trabalho ou em contexto de debates políticos e na literatura. O que me levou a mudar o rumo da minha pesquisa foram as observações que tinha tido oportunidade de fazer em trabalhos de planejamento participativo com agricultores familiares do Acre e Rondônia.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Discurso da Divulgação Científica


Estou lendo:

Cientistas, Jornalistas e a Divulgação Científica - Zamboni, Lilian Marcia Simoes

Neste livro, a autora defende a tese de que a divulgação científica constitui um gênero de discurso específico, que exige do divulgador um trabalho efetivo de formulação de um novo discurso.
Cientistas, jornalistas, lingüistas, analistas do discurso, comunicadores e leitores interessados no fenômeno da linguagem vão poder compreender melhor, com este livro, como agem os interlocutores no complexo cenário da comunicação social.

sábado, 11 de abril de 2009

Música e Ciência: Ambas filhas de um ser fugaz

Ildeu de Castro Moreira1, Luisa Massarani2
1 Instituto de Física e Área Interdisciplinar de História da Ciência e das Técnicas e Epistemologia, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, icmoreira@uol.com.br
2 Centro de Estudos, Museu da Vida, Casa de Oswaldo Cruz, cestudos@coc.fiocruz.br,
www.museudavida.fiocruz.br

Palabras clave: ciência e música; letras musicais; divulgação científica.

As relações entre ciência e música são muito profundas e têm suas raízes no próprio surgimento da ciência moderna. A música tem uma base física importante: são os sons afinados pela cultura que a constituem. Por outro lado, ela foi utilizada muitas vezes como metáfora e como inspiração para interpretar o mundo físico, em particular nos modelos cosmológicos.
Este artigo de Ildeu Moreira explora, de forma preliminar, como surgem e se expressam temas e visões sobre a ciência, a tecnologia e seus impactos na vida moderna nas letras de canções da música popular brasileira.
O objetivo primordial do trabalho – que constitui uma análise qualitativa não-exaustiva – é proceder a um mapeamento inicial de como temas de ciência, atividade social imersa em determinado contexto cultural, podem surgir na manifestação das artes populares, neste caso a música brasileira.

Vulgarização do Conhecimento

No dia 26 de março , na Universidade PARIS-SUD, visitei o Centre de Vulgarisation de la Connaissance - CVC que organiza periodicamente um estágio de formação em divulgação cientifica. O Programa é dirigido aos professores-pesquisadores, pesquisadores., engenheiros e técnicos, gestores de comunicação que tenham a divulgar seus saberes a diversos públicos.

Fui recebida pelo diretor do CVC, Nicolas Graner e por Isabelle Ramade-Masson, que faz parte da equipe do CVC. Mesmo com alguns tropeços no francês, consegui manter uma conversação por cerca de 1 hora. Falei sobre o meu projeto Com.Ciência-Florestal e a nova proposta de trabalho : Música & Ciência.
Conheci o trabalho desenvolvido pelo Centro que tem seu ponto forte na produção de materiais para Exposições e Publicações,
Me chamou a atenção o fato de que a maioria dos profissionais que atuam no CVC tem formação em Química.

domingo, 5 de abril de 2009

Comunicação Científica e Reflexibilidade


No dia 23 de março estive em Lyon –França, na platéia do Ciclo de Conferências « Communication, Science, Culture et Société", promovido pela Escola Nacional Superior (ENS) cujo temática lança as questões: Divulgação científica: uma moda? uma necessidade ? uma ilusão?

O palestrante do mês foi o sociólogo Bauduin Jurdant, professor em Ciência da Informação e da Comunicação, Université Paris Diderot, que abordou o tema Comunication Scientifique et Reflexivité.

A réflexivité é uma démarche metodológica em sociologia que consiste em aplicar as ferramentas de análise sociológica em seu próprio trabalho ou em sua própria reflexão sociológica.
Porque vulgarizar a ciência? Para Jourdan a importância da divulgação (vulgarisation scientifique) é para que pela reflexão os pesquisadores possam melhor compreender o trabalho que fazem. Outra característica da reflexibilidade é a divulgação cientifica através da linguagem oral, a partilha do saber.

A França é um país de forte tradição nos estudos de interpretação e reflexão de textos. A teoria da Análise do Discurso da Escola Francesa nasceu nos anos 60 da conjunção entre a lingüística o marxismo e a psicanálise. A divulgação cientifica “oralisa” o discurso e introduz uma dimensão reflexiva que é inerente ao uso da palavra.
Na execução do projeto
Com.Ciência-Florestal ensaiamos várias formas de construção do discurso científico, seja por pesquisadores, seja por jornalistas e acadêmicos de comunicação.
A análise desses discursos é o que nos propomos a desenvolver em nosso trabalho de conclusão de curso, levando em consideração que no monitoramento das ações do projeto, em reunião com a equipe, pode-se observar a permanência, em nível interno, do “cenário de conflitos”
[1] observado na relação imprensa e cientistas, na divulgação jornalística da ciência. Portanto, há que se reforçar o empreendimento de iniciativas que estimulem o pesquisador a valorizar e descobrir o potencial de suas pesquisas como produto de “venda” para a sociedade.

[1] SOARES, Maria Suzana. Jornalistas e pesquisadores: aliados ou inimigos? 169 Biológico, São Paulo, v.64, n.2, p.169-170, jul./dez., 2002.